Uma pesquisa recente revela limitações significativas no acesso a calçadas em favelas e comunidades brasileiras. De acordo com os dados, apenas 52,8% dos entrevistados afirmam residir em áreas com calçadas e trechos destinados à circulação de pedestres. No entanto, em uma proporção alarmante de 1,4% desses casos, as calçadas estão livres de obstáculos, o que compromete a mobilidade urbana e a segurança dos moradores. Essa realidade destaca uma falha estrutural nas políticas de urbanização, onde a ausência de infraestrutura básica perpetua desigualdades sociais e restringe o direito à locomoção livre, especialmente em regiões de baixa renda.
Além disso, os resultados apontam para uma deficiência ainda mais grave em relação à acessibilidade para pessoas com deficiência. Somente 4,5% dos moradores de favelas e comunidades relatam viver em trechos de vias equipados com rampas para cadeirantes, um contraste gritante com o percentual de 32,5% observado fora desses espaços. Essa disparidade evidencia a necessidade urgente de investimentos públicos em inclusão, pois a falta de adaptações como rampas não apenas isola indivíduos com mobilidade reduzida, mas também reflete negligências em políticas de equidade urbana que deveriam priorizar todos os cidadãos.
Esses indicadores sugerem que as favelas enfrentam barreiras sistemáticas, o que pode influenciar debates políticos sobre planejamento urbano e direitos sociais. Sem intervenções efetivas, a perpetuação dessas ausências de infraestrutura continua a marginalizar populações vulneráveis, demandando ações governamentais para corrigir tais desequilíbrios.