A Austrália iniciou nesta segunda-feira (15) o luto pelas vítimas do pior tiroteio em massa em quase 30 anos, com o governo prometendo leis mais rígidas sobre armas. O incidente ocorreu na praia de Bondi, em Sydney, onde uma dupla de pai e filho é acusada de matar 15 pessoas durante uma celebração judaica de Hanukkah. O primeiro-ministro Anthony Albanese anunciou que seu gabinete concordou em revisar as normas, incluindo a criação de um registro nacional de armas de fogo, limites ao número de armas por licença e a validade temporal das autorizações. “As circunstâncias das pessoas podem mudar”, afirmou Albanese, destacando preocupações com radicalização. O suspeito mais velho, de 50 anos, possuía licença para armas desde 2015 e seis armas registradas, e foi morto no local, elevando o total de mortos para 16. Seu filho, de 24 anos, está em estado crítico no hospital. A polícia relatou que 40 pessoas foram hospitalizadas, incluindo dois policiais em condição grave, mas estável, com vítimas entre 10 e 87 anos.
Os suspeitos foram identificados pela mídia como Sajid Akram e seu filho Naveed Akram, com o pai chegando à Austrália em 1998 via visto de estudante e o filho sendo cidadão australiano. Autoridades afirmaram que um deles era conhecido pelas forças policiais, mas não visto como ameaça imediata. Vídeos mostraram armas como rifle de ferrolho e espingarda, e bandeiras do Estado Islâmico foram encontradas no veículo dos atiradores. O ataque, descrito por Albanese como um ato de antissemitismo e terrorismo, ocorreu em meio a uma série de incidentes contra a comunidade judaica desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023. Líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da França, Emmanuel Macron, enviaram condolências. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou Albanese sobre o risco de antissemitismo ligado ao apoio australiano a um Estado palestino.
Testemunhas relataram pânico durante o ataque de 10 minutos, com cerca de mil pessoas fugindo da praia lotada. Um pedestre, Ahmed al Ahmed, foi aclamado como herói por desarmar um atirador, salvando vidas, e uma campanha de arrecadação superou 1 milhão de dólares australianos para ele. Homenagens foram prestadas em um memorial em Bondi, envolto em bandeiras israelenses e australianas. O rabino Mendel Kastel, que perdeu o cunhado Eli Schlanger no incidente, pediu mobilização e unidade. A Austrália, com leis rígidas sobre armas desde o massacre de Port Arthur em 1996, vê esse evento como o pior desde então, reacendendo debates sobre segurança e controle de armamentos.