O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou nesta sexta-feira (5) que será o representante da família na corrida presidencial de 2026, conforme decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre pena de 27 anos na Superintendência da Polícia Federal em Brasília por conspiração golpista. A escolha foi definida após uma visita de Flávio ao pai na terça-feira, e o senador afirmou em rede social que aceitará a missão de continuar o projeto político da família, citando temas como roubo de aposentados pelo governo, domínio de narcoterroristas em cidades, saques em estatais e falta de perspectivas para crianças. Flávio planeja viajar pelo país para consolidar a pré-candidatura e coordenar alianças estaduais em nome do bolsonarismo, assumindo uma postura combativa contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve buscar a reeleição, com o objetivo de reacender a polarização entre direita e esquerda que marcou a eleição de 2018.
A decisão ocorre após Jair Bolsonaro ficar inelegível por abuso de poder político e econômico, e surge em meio a especulações sobre outros nomes, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que divergiu publicamente de Flávio sobre alianças, como no caso do apoio a Ciro Gomes no Ceará, onde prevaleceu a posição de Michelle. O deputado Eduardo Bolsonaro elogiou a escolha, defendendo que Flávio representará ideais de liberdade e esperança, enquanto Michelle postou uma mensagem de boa sorte. No PL, o presidente Valdemar Costa Neto confirmou o apoio, afirmando que “se Bolsonaro falou, está falado”. Reações no Centrão foram comedidas, com Antônio Rueda, do União Brasil-Progressistas, defendendo um caminho de construção em vez de confronto.
Para a base governista, o anúncio fragiliza uma possível candidatura de Tarcísio de Freitas (REP-SP) à Presidência, aumentando chances de vitória de Lula, segundo o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, que vê a escolha como esperada e indiferente para o governo. Aliados apostam que Tarcísio disputará a reeleição em São Paulo, e o ex-presidente continua a influenciar o processo da prisão por meio de visitas autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, como a programada para Flávio e Michelle na próxima terça-feira.