Após o anúncio da cassação dos mandatos dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ) pela Mesa Diretora da Câmara, o líder da oposição, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que o partido recorrerá da decisão em todas as instâncias possíveis. Em entrevista a jornalistas no Salão Verde da Casa, o parlamentar expressou esperança de que o Estado de Direito seja respeitado no país. A decisão foi publicada em edição extra do Diário da Câmara na tarde de quinta-feira (18/12), e ambos os deputados estão exilados nos Estados Unidos. Eduardo Bolsonaro é réu por suposta interferência em processos judiciais relacionados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e uma alegada trama golpista, enquanto Ramagem é considerado foragido após condenação a 16 anos de prisão no mesmo caso.
Sóstenes Cavalcante minimizou o papel do presidente da Câmara, Hugo Motta, no processo e criticou toda a Mesa Diretora, acusando-a de subserviência a membros do Poder Judiciário, em especial ministros do STF, por perseguição política e ideológica contra conservadores e figuras de direita. Ele conversou com Ramagem na noite de quarta-feira (17), informando-o sobre a possível decisão, e tentou contato com Eduardo Bolsonaro, sem sucesso. O líder oposicionista planeja consultar o corpo jurídico do partido para definir os recursos, destacando que as sessões ordinárias de 2025 se encerram nesta sexta-feira (19).
O deputado ainda contextualizou a cassação como parte de uma perseguição mais ampla contra parlamentares conservadores, referindo-se a eles como “nossos soldados” e mencionando o potencial de Eduardo Bolsonaro para uma disputa ao Senado em 2027, o que, segundo ele, desperta desespero por um Senado mais à direita. Cavalcante enfatizou a intenção de esgotar todos os meios para reverter a cassação, em meio a um momento de tensão política no país.